No dia 28 de novembro de 2024, o dólar à vista foi cotado a R$ 6,003 na venda, marcando a primeira vez que a moeda atinge esse patamar desde o início de sua circulação em 1994.
A alta foi impulsionada por:
• pacote fiscal do governo: anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o plano visa economizar R$ 71,9 bilhões entre 2025 e 2026, mas inclui medidas que geraram dúvidas no mercado, como a ampliação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até
R$ 5 mil por mês;
• preocupações com o equilíbrio fiscal: a isenção do IR pode resultar em uma renúncia fiscal significativa, de até R$ 80 bilhões, segundo analistas, o que levantou questionamentos sobre como o governo pretende cobrir o déficitgerado;
• aumento dos juros futuros: o mercado já prevê um aumento mais agressivo da Selic, com apostas de uma taxa terminal em 14,25%.
O pacote fiscal trouxe medidas paliativas, como o estabelecimento de idade mínima para aposentadoria militar e ajustes em benefícios sociais. Contudo, as mudanças estruturais esperadas pelo mercado, como cortes profundos nos gastos públicos, não foram apresentadas.
Entre as propostas que geraram maior repercussão estão:
• isenção do IR até R$ 5 mil: apesar de ser uma promessa de campanha, a medida é vista como arriscada, pois pode comprometer a arrecadação.
• taxação sobre altos salários e rendimentos: a compensação virá com uma alíquota mínima de 10% para quem
ganha acima
de R$ 50 mil
por mês.
A alta do dólar não é apenas um reflexo de fatores internos. No exterior, a moeda americana continua fortalecida, com o índice do dólar subindo 0,10%, alcançando 106,220 pontos.
Um dos principais fatores globais que favorecem o dólar é a perspectiva econômica dos Estados Unidos, incluindo possíveis políticas comerciais agressivas do presidente eleito Donald Trump, que prometeu implementar tarifas elevadas contra México, Canadá e China.